quinta-feira, 10 de março de 2005

h u m o r e s HUMORES h u m o r e s

Humor da polissemia


Ao terminar o almoço com o pai, na presença de
alguns convidados, disse enfaticamente o menino:

- Papai estou cheio!

O pai imediatamente corrigiu-o:

- Diga satisfeito e não cheio.

Pouco tempo depois, já na rua, ao ver um ônibus lotado, o menino voltou-se para o pai e disse:

- Veja, pai, como aquele ônibus está satisfeito.

O

Humor do não dito

Uma churrascaria na cidade de São Mateus, no Espírito Santo, utilizou um "slogan" para chamar atenção para seu principal produto:

Preserve o verde, coma em churrascaria.


Um alpinista escorregou num precipício e se agarrou numa corda, pendurado sobre um abismo de 500 metros. Apavorado e desesperado ele olha para o céu e grita:

- Tem alguém que possa me ajudar,?

Uma voz lá no alto ressoa:

- Você será salvo se provar sua fé, largando a corda.

O homem, olha para baixo, depois para cima e grita:

- Tem mais alguém aí em cima que me possa
ajudar?

Stevem Pinker Como a mente funciona.

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Humor da
ambigüidade

Já um motel do Rio, lançando mão da ambigüidade intencional, afixou em seus jardins um cartaz com os dizeres: É proibido trepar nas árvores.



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Essa quem contou foi Millôr no Correio Brasiliense de 04/12/96.


Uma pata teve 5 patinhas.

Chamou a primeira de Pata;

a segunda de Peta;

a terceira de Pita;

a quarta de Pota.

Finalmente a quinta chamou ... de Carolina.



O
Humor no vocabulário

Essa já é folclórica nos meios futebolísticos.Por isso mesmo está no domínio comum. Numa entrevista antes de um jogo de futebol pediram ao veterano craque que fizesse um prognóstico do resultado da partida.

Sem vacilar ele respondeu:

- Prognóstico, eu sou faço depois do jogo.


Essa foi reproduzida por Guimarães Rosa no Prefácio de Tutaméia – Terceiras Estórias, mas na verdade ela faz parte do anedotário popular.

Um cidadão viajava de bonde, passageiro único, em dia de chuva, sentado justamente embaixo de uma goteira .

O condutor aflito, perguntou-lhe:- Por que o senhor não troca de lugar?

- Trocar com quem? respondeu ele.

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Humor na leitura de texto

Vinha um navio inglês em mar alto, quando a bordo os marujos avistaram uma jangada. Pensaram que eram náufragos agarrados àquela balsa rude. Pararam, atiraram cordas e gritaram palavras em inglês. Os jangadeiros, sem entender, apanharam as cordas.

- Que será que eles querem, compadre?

O mestre da jangada, pensou, sorriu e definiu matreiramente a situação.

Acho que eles estão querendo reboque.

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Humor nos parônimos

Quando era Ministro da Educação Jarbas Passarinho recebeu uma correspondência de um Reitor de uma Universidade, solicitando verbas ao "iminente" Ministro.

No mesmo dia, Passarinho colocou-a de volta no Correio com um pequeno aditamento:

"Esclareço ao solicitante que já fui nomeado".

(Veja 22/01/86)

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Humor na denotação/conotação

Há duas palavras que abrem muitas portas:

puxe e empurre.

À saída da boate, um freqüentador bastante alegre volta-se para o porteiro e lhe diz, segurando as mãos:

- Isso aqui é para o seu uísque.

E deixa na mãos do porteiro duas pedras de gelo .

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Humor nos verbos

O diretor do colégio, ignorante na conjugação de
verbos, censurou o novo professor em razão do seu atraso:

- Professor, assim o senhor não adapita (sic) à nossa escola.

E o professor, com ironia, explicou:

- Mas eu me resiguino (sic), senhor diretor.

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Humor na adjetivação

Essa já faz parte do folclore acadêmico .

Após a vibrante palestra do jovem professor num seminário, o veterano mestre, ao debater a exposição do jovem colega, não escondeu seu sarcasmo:

- Nessa palestra de hoje ouvimos muitas idéias novas e interessantes. Pena que as idéias novas não eram interessantes, e as idéias interessantes não eram novas.

(Apud Moura Castro)

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Humor na ironia

Lady Astor disse a Winston Churchil:

- Se o senhor fosse meu marido, eu poria veneno em seu chá.

Ele retrucou:

- Se a senhora fosse minha esposa, eu o beberia.

(Stevem Pinker Como a mente funciona)

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Humor na flexão de números

Um fazendeiro campista viera ao Rio a negócios e aproveitou a oportunidade para assistir a um espetáculo do circo Sarrazani, o grande sucesso do momento.

Saiu entusiasmado e, ao chegar ao hotel, resolveu escrever à esposa contando as maravilhas que presenciara.

Em meio da carta, estancou, porém, diante de uma frase, que assim redigira: "Mas eu gostei mesmo foi dos anãos."

E raciocinou: "anãos?... anões?...

Emendou então: Mas eu gostei mesmo foi dos dois anões."

Voltou a meditar: - "anões?... anães?...

E deu-lhe nova redação: "Mas eu gostei mesmo foi dos dois anães.

"- Anãos?... Anões?...Anães?... "pensou.

E encontrou por fim a forma desejada com a redação:

"Mas eu gostei mesmo foi de uma anão e de outro anão."

(In Celso Cunha, Língua portuguesa e Realidade Brasileira, p. 68)


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